quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Camiño del Rey

Aterrámos em Lisboa, fomos a casa, lavámos a roupa, fizemos novamente as malas, e seguimos viagem, porque das 2 semanas de férias ainda só tinha passado uma.

Esta segunda semana estava dedicada à vadiagem de mota, e como o tempo não era muito não dava para ir muito longe, e então, aproveitei para traçar mais uma linha na minha lista de "sítios onde quero mesmo ir" 😉

A viagem até Ardales foi feita de uma só vez, com as necessárias paragens para abastecer as máquinas e as barrigas, e correu lindamente, mas já perto do destino, a OLga começou a "produzir uma música" estranha! Parecia que tinha o motor cheio de parafusos soltos!

Joelhos no chão, ouvidos atentos, e ao fim de pouco tempo, a conclusão foi de que o barulho vinha de dentro do escape! comecei logo a fazer contas de sumir, pois é bem conhecido o problema dos escapes da SYM, (diz a lenda que "são feitos de ouro"), que custam quase tanto como uma mota nova...

Ligámos à MigTec, falou-se com o Oscar, e ele imediatamente nos tranquilizou!

Nas SYM 125 é muito conhecido o desprender do miolo do escape, e há muito que as oficinas têm solução para o caso, mas não sabia que as 300 padecem do mesmo mal. Felizmente o Oscar sabia, e ficou logo combinada uma ida da OLga à MigTec para a semana seguinte.

Até lá, tive que me acostumar a uma música muito diferente, e a alguma perda de rendimento, que quando chegou a Portugal já começava a ser desesperante.

O dia estava bonito, por isso descarregámos, fizemos o checkin, e fomos reconhecer o território, que por sinal era bem bonito!

O grande reservatório Conde Guadalhorce:

O restaurante El Kiosko" que é mencionado em todos os sites como ponto de referência, já que um dos acessos ao Camiño é mesmo ao lado:




El sillon del Rey quase passa despercebido, porque é em tamanho real ao contrário do que parece nas fotos. 

No dia seguinte, tínhamos bilhetes para então percorrer o Caminito del Rey.

Uma das razões porque ainda não tínhamos ido, era a necessidade de marcação com bastante antecedência, mas entre a muita informação que fui lendo ao longo dos anos, tropecei numa dica que indiciava que os alojamentos da zona tinham bilhetes para disponibilizar aos clientes, e assim contactei "La Posada del Conde" que me confirmou 2 bilhetes para o dia 5 de Junho às 16:15.

Almoçámos no Kiosko, e para nossa surpresa, mesmo ao lado do restaurante estava um casal de motociclistas tugas que tínhamos visto no dia anterior, no "El Faro" em Badajoz. Também queriam fazer o caminho, mas não tinham bilhetes. Disse-lhes que também tinha lido uma dica que indiciava que na entrada também tinham por vezes bilhetes para clientes de última hora, mas para chegar à entrada do caminho, é preciso percorrer um trilho de 1,5 km (para quem optar pelo acesso do túnel junto do restaurante El Mirador), ou 2,7 km (por quem preferir o acesso que fica ao lado do restaurante El Kiosko).
Não sei se tentaram a sorte, mas nós fizémo-nos ao caminho porque estava na hora. 😉



Há muitas comparações entre este trilho, e os passadiços do Paiva, mas em minha opinião (já fiz 2 vezes o Paiva), a única semelhança é o facto de ambos os trilho terem um passadiço de madeira.






Ao fundo, la em baixo a cerca de 300 metros acompanha-nos o embalse Gaitanejo.








Do outro lado do desfiladeiro, a linha de comboio continua operacional!






Ao longo de todo o percurso vai sendo possível ver o que resta do caminho antigo, que foi preservado, construindo-se o novo caminho directamente por cima do antigo.




Lembrei-me o Pedro Costa na Ruta del Cares 😈 





Há zonas onde quase parece possível tocar na "parede" do outro lado do desfiladeiro!





Ao longo do percurso vamos encontrando memoriais aos que perderam a vida a percorrer o caminho antigo antes de o mesmo ter sido encerrado  pelas autoridades em 2000. Há imagens absolutamente arrepiantes dessa época espalhadas pela net!




O caminho actual, foi reconstruído em conjunto pelos governos da Andaluzia e Málaga, e foi reaberto em 2015 com a configuração actual e em completa segurança. 



E lá vai o comboio! deve ser também um passeio engraçado de fazer.



A ponte suspensa é um dos momentos altos do dia! está a apenas 100 metros de altura, mas balança e é arrepiante!
Adorei!
É muito segura, e apesar de arrepiante, não chega aos calcanhares de Carrick a rede na Irlanda que percorri à chuva e com algum vento!







À entrada é-nos entregue um capacete que é de uso obrigatório durante todo o percurso. 



Já no fim do trilho, fora do passadiço, é possível confirmar que é apenas uma prateleira cravada na parede de rocha!





Junto da estação do caminho de ferro de El Chorro, apanhamos o autocarro que nos leva de volta a Ardales, onde as motas ficaram a descansar.


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