Deixámos Arfoud, e pelo caminho fomos vendo acampamentos Berbere ao longo da estrada, e junto de cada acampamento, viam-se montinhos de areia, com paus espetados.
Depois de muitos montinhos, começámos a notar que alguns tinham um balde pendurado, e aí fez-se luz! eram poços de água!
É estranho porque estão todos junto uns dos outros, e não se entende o porquê de haver tantos, mas não há dúvida! são poços de água.
Também se vai vendo ao longo da estrada aquelas esteiras de canas para evitar a invasão das areias.
E nos montes, tudo feito com pedrinhas brancas vêm-se inscrições deste tipo:
E de vez em quando, no meio de nada, esta espécie de portas. Imagino que sirvam para delimitar o território das províncias.
Ao longe, avistava-se o Atlas, ainda coberto de neve.
E ao lado da estrada, verdadeiras "plantações" de sacos de plástico!
São milhares de sacos que vêm trazidos pelo vento, e acabam presos na vegetação rasteira e nas pedras, em pleno deserto, onde nada existe.
E mais um oásis, com uma cidade junto dele.
Mais uma vez, a estrada desenvolve-se ao longo do palmeiral.
A construção por aqui é maioritariamente em adobe, e confunde-se com a paisagem.
O programa do dia envolvia muitos km, pois pretendíamos espreitar as 2 gargantas.
Primeiro a do Todra:
Marrocos está em obras, e por aqui também não era excepção, e lá tivemos que fazer mais um pouco de todo o terreno. Adoptei o "modo de segurança" na SYM, e lá fomos.
Na semana anterior tinha chovido muito, e notava-se em muitos sítios que os rios tinham transbordado e destruído as estradas. Aliás, notava-se que não estão preparados para grandes chuvadas, pois a maioria das estradas que fizemos em que havia rios para atravessar, as estradas simplesmente passavam por dentro do leito do rio, em vez de ter pontes como é normal ver pela Europa.
Era o caso desta estrada, que passava por dentro do rio, mas onde se via claramente que o caudal tinha feito estragos no alcatrão,
Voltámos à estrada, e ao passar por uma povoação cheia de autocarros de turistas, decidimos parar para almoçar, com o pensamento de que se há turistas, deveria haver variedade de oferta.
Pois,... havia variedade de restaurantes, mas os pratos eram os mesmos!
Para mim, mais uma tagine, e esta não era picante.
E para ele. mais uma brocheta de frango.
No fim, mais uma tentativa com o chá que tantos gabam, mas para mim, continuou demasiado doce e enjoativo para ser realmente bom.
O Atlas acompanhou-nos o dia todo.
As montanhas aqui assumiam uns formatos estranhos, que pareciam brincadeiras feitas por um gigante em barro.
Ao longo da estrada, encontra-se sempre gente com grandes cargas ás costas.
E subimos as curvinhas do Dadés.
As gargantas ou desfiladeiros são sempre impressionantes, e já vi algumas nos picos da Europa que me deixaram de boca aberta, mas aqui é diferente! é deserto, e não há nada a não ser terra e rocha amarelada.
Mais uma estrada em obras, mais uns km em "modo de segurança".
Uma vista oposta à que é normal ver-se da estrada, onde se vê o ponto de onde normalmente se tiram as fotos:
Vê-se muitas construções em adobe em ruínas. neste tipo de construção, a simples falta de manutenção acaba com elas, pois as chuvas e os ventos vão provocando a erosão natural dos materiais - lama e palha.
Numa das povoações onde passámos havia festa, e durante alguns km fomos vendo rapazes à beira da estrada a vender corações cor de rosa.
Mais uma "paragem técnica" e aqui pode ver-se como a estrada simplesmente atravessa o leito do rio.
E ao longe, o Atlas a "guardar-nos"
Chegámos tarde a Ouarzazate, e não foi fácil arranjar onde comer.
O melhor que conseguimos foi uma omelete de queijo, pão e azeitonas, e por acaso estava bem boa ;-)
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