segunda-feira, 25 de julho de 2016

Marrocos - Marraquexe

Continuava sem fato de banho, e se estava calor quando chegámos, por isso a primeira coisa que fizemos foi procurar um shopping, pois se não conseguisse comprar um fato de banho em Marraquexe, algo me dizia que não o encontraria em nenhuma outra parte de Marrocos!
Não foi fácil, mas conseguimos, e acabámos o dia num shopping super ocidental, a tomar um capuccino e um café especial no Starbucks ;-)

No dia seguinte, a ideia era sair cedo, e conhecer a medina, mas o dia começou com um acidente! 
Logo na primeira noite em Tanger, uma das hastes dos meus óculos partiu-se, e embora tenhamos conseguido remediar com super cola 3, obviamente que tinha receio de ficar sem óculos a meio da viagem, e como tinha levado bastantes lentes de contacto diárias, optei por andar sempre com lentes, mas nesse dia quando coloquei a lente esquerda, senti mediamente um enorme desconforto e tirei-a logo de seguida. Infelizmente não é a primeira lente defeituosa que apanho, e ao tirá-las acontece sempre o mesmo: rasga-se!
Consegui tirar a parte maior da lente, mas ficou a faltar um pedacinho, e uma hora depois ainda andávamos os 2 a escarafunchar no olho à procura.
Acabei por desistir, e saímos de casa com ideia que se o desconforto não desaparecesse, lá teria que ir descobrir como funciona a saúde em Marrocos!...

Com isto tudo já saímos um  pouco tarde, e decidimos apanhar um táxi para a medina, só que por esta altura já estávamos menos "virgens" nestas coisas, e antes de sair perguntámos ao recepcionista quanto é que deveria custar.
Ainda bem que o fizemos, pois logo á porta do hotel estava um grand taxi, com um daqueles super prestáveis marroquinos que se ofereceu logo para nos mostrar a medina e tudo o que havia para ver em Marraquexe... pela módica quantia de 500 dirhams!...
Declinámos dizendo que apenas pretendíamos ir até uma porta da medina, para o que bastaria um petit taxi, só que como sempre ele não nos largava. Tive que fazer de "mulher berebere" como eles me chamavam, agarrar no marido pelo braço arrancar dizendo que íamos a pé, e depois de ganharmos uma distância aceitável, fizemos sinal a um dos milhentos petit taxis que circulavam na avenida!
Pagámos 15 dirhams, cerca de 1,50 €!...










Por todo o lado, nos locais por onde passámos, há sempre imensos gatos!
Dá vontade de os trazer todos para casa.



E veículos destes, também são aos montes!


Um vendedor ambulante de chá:


Em Marraquexe, confesso que finalmente consegui apreciar um pouco mais de Marrocos, pois aqui havia muito menos marroquinos chatos a andar atrás de nós, e conseguimos andar sozinhos por todo o lado sem ser obrigados a aceitar guias que não pretendíamos ou compras que não desejávamos.

Mas não é fácil andar por lá! por causa das obras que há em todo o lado, é difícil caminhar, e obriga a andar sempre com muita atenção, porque há cada ratoeira!...
E claro, o sempre presente cheiro a esgoto, e fumo dos veículos do século passado!





Na véspera tínhamos andado por aqui de mota :-O















Dentro das medinas, não é suposto circularem veículos motorizados, mas todos os que cabem andam, e por vezes só temos tempo de saltar para dentro de uma porta e encolher a barriga!
Ainda por cima, como são ruas estreitas e algumas até cobertas, torna-se difícil respirar, principalmente para quem já tem problemas respiratórios.





Eles devem seguir a regra do "se cabe, entra!"...

E depois, há os "transportes impossíveis":


Vimos cargas destas com o dobro da altura!













É curioso observar o contraste que existe entre o aspecto tão pouco cuidado de tudo, e a forma tão cuidadosa e trabalhada como expõem os produtos nas lojas! O colorido das bancas de venda é encantador, e só por isso, vale a pena ir a Marrocos!

Chegámos a um Kasbah e como a entrada era barata (20 dirhams), resolvemos entrar, até porque estava calor e presávamos de um pouco de sombra.
Foi boa ideia, porque era lindíssimo:














Encontrámos por lá este simpático comedor de flores, e satisfizemos o seu apetite voraz, oferecendo-lhe vários tipos de flores, mas a preferidas dele eram mesmo as cor de rosa.




Voltámos ao calor da medina, e fomos à procura de almoço.







Uma sopa não sei de quê, mas que não era picante,


E 2 pratos gourmet, que não eram fantásticos, mas eram comestíveis, e eram uma variante ás tagines e brochetas de que por esta altura já estávamos fartos.





No meio do emaranhado de ruelas e lojas, parámos á porta de uma que oferecia viagens ás cascatas de Ouzud e como o marroquino da loja não veio ter connosco tentando vender a habitual "banha da cobra", resolvemos entrar e perguntar o preço, e foi uma agradável surpresa: 200 dirhams por pessoa!
Decidimos aceitar, porque tínhamos visto que era viagem para o dia inteiro, e achámos que também seria uma boa forma de evitar os "simpáticos" marroquinos que sabíamos que iríamos encontrar em Ouzud a oferecer-se para nos mostrar as cascatas.
Pagamos um sinal de metade do valor, deram-nos um recibo, e ficou combinado que nos iriam buscar ao hotel, ás 8 da manhã.
Só depois de sairmos da medina é que me lembrei que nem uma foto tinha tirado da loja, e que nunca seríamos capazes de a voltar a encontrar, mas a verdade é que apesar da forma informal como eles trabalham, nunca sentimos propriamente receio de ser verdadeiramente enganados.


Entramos no mercado Berbère.


Havia dezenas de gaiolas com cagados à venda!
Queria tanto trazer um...





Entretanto, junto de uma das portas assistimos a uma cena entre um polícia e um rapaz que ia a entrar na medina na sua mota. O polícia deu-lhe um valente raspanete e obrigou-o a levar a mota á mão, e a partir desse momento, todos os veículos que vimos dentro da medina andavam desligados!






















Percorremos os vários Souks.






E fomos à procura da praça mais famosa de Marrocos - a Praça Jamaa el fna





Apesar de ainda ser cedo, já havia muita gente a marcar lugar para o negócio.









Viu-me a tirar a foto, apesar de eu ser muito discreta e ter uma pequena compacta que passa despercebida, mas tem super zoom, e num ápice chegou ao pé de mim com a cobra para me colocar ao pescoço e cobrar a "propina".
Não deixei e segui caminho, deixando-o a "mimar-me" com nomes que não deviam se simpáticos em marroquino ;-)



Apanhámos um taxi, e regressámos ao hotel. Até este momento, podia dizer que os taxistas marroquinos eram os mais honestos que tinha conhecido até ao momento, mas nesta viagem calhou-nos um verdadeiro taxista, daqueles que enganam turistas, e pediu-nos o dobro do que todos os outros tinham pedido até ao momento!
Fiz-lhe o meu olhar Berebere, e disse que ía participar dele, e lembrei-me duma da Paula Kota, e disse-lhe que era jornalista e que ia espalhar por todo o lado o que aconteceu! ficou aflito, mas mesmo assim cobrou 20 Dirhams, que foi mais 5 do que  os outros até aí!
Por baixo do hotel havia um supermercado. Aliás, no booking dizia que o hotel tinha estacionamento gratuito, e de facto tinha,... o estacionamento do supermercado!
Fomos comprar pão e vimo-nos gregos para encontrar alguma coisa para lhe pôr dentro, mas conseguimos encontrar uma espécie de fiambre de peru, e fizemos um jantar menos marroquino no quarto.

O engraçado é que nos supermercados marroquinos, tudo se vende avulso, até artigos como massas, arroz, etc, e está tudo arrumado de forma bonita, tal como nas bancas de rua:






Fomos acabar a tarde na piscina, e dei uso ao meu fato de banho marroquino, que custou mais do dobro de todos os outros que comprei em toda a minha vida, e que provavelmente nunca voltarei a usar, porque é fluorescente!
Foi o que  se arranjou ;-)
E, o meu olho nunca mais deu sinal de ainda lá andar o resto da lente, por isso posso dizer que passei por Marrocos sem conhecer como funciona o sistema de saúde marroquino!


À noite voltámos à praça. Fomos de táxi, e pagámos o dobro do que nos tinham cobrado durante o dia, mas antes de sair perguntámos o preço dos táxis à noite, e ficámos a saber que a tarifa que o taxista da tarde nos tentou impingir era a tarifa da noite.
























Terminámos o dia com o melhor chá que tomei durante todo o tempo que por lá andámos, e não era de menta!






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