terça-feira, 16 de julho de 2019

Ilhas Cies na companhia do São Pedro

O Parque Nacional das Ilhas Atlânticas da Galiza têm várias ilhas paradisíacas, e como íamos andar pelo norte, decidimos ir explorar uma delas. A escolha recaiu no arquipelago das ilhas Cies, das quais 2 são visitáveis, e estão ligada por uma ponte.

Chega-se lá de Ferry, à semelhança da nossa Berlenga, as visitas são limitadas, e desde o verão de 2018 que passou a ser necessária uma autorização para lá ir, sem a qual não se consegue sequer comprar o bilhete.

O processo é muito simples, e faz-se online no portal da Xunta de Galizia:
https://autorizacionillasatlanticas.xunta.gal/illasr/inicio

A autorização dá um numero, e com esse numero compra-se o bilhete, e depois é só escolher uma das várias empresas que fazem a travessia. Nós optámos pela Mar de Ons, e correu tudo bem tirando o facto de o meu rico amigo São Pedro se ter feito convidado e nos ter acompanhado envolto num manto de nevoeiro (ainda chegámos a apanhar uns pingos de chuva) tal como quando fomos às Berlengas. Mas estava marcado e era o único dia disponível para lá ir, por isso avançámos.

A primeira vista da ilha:

E o desembarque junto da praia de Rodas.



As ilhas Cies são 3: Monteagudo (ou Norte), O Farol e San Martiño. A terceira não é visitável, e as 2 que são, estão ligadas por uma ponte que por vezes na maré alta fica submersa. Há 4 percursos lineares partindo do centro de visitantes: Faro de Cies (3.5 km) e Faro da Porta (2.6 km) no lado sul, e Alto do príncipe (1.7 km) e Faro do Peito (2.8 km) no lado norte.
Do lado sul, existem estruturas de apoio: centro de visitantes, balneários, parque de campismo e restaurantes, mas do outro lado não tem nenhum.

O nosso plano era fazer de manhã os trilhos do lado sul, depois antes de a maré subir passar para a ilha norte, onde se localiza o cais de embarque, almoçar, e fazer os trilhos restantes.

Mas o São Pedro trocou-nos as voltas com o nevoeiro, e acabámos por só conseguir fazer os 2 primeiros trilhos, e não chegámos a conhecer a ilha norte 😒

O cartaz avisa! a maré estará mais alta entre as 16:30 e as 18:30, período durante o qual há risco de submergir!...





Tal como na Berlenga, as gaivotas são donas e senhoras da ilha, e assistimos a algumas cenas divertidas, como por exemplo pessoal "extra inteligente" ser corrido à bicada depois de (apesar dos avisos) se aproximar das crias para fotografar -  um francês até saiu de lá com a cabeça a sangrar, e um outro um "par de jarras" foi atacado à bicada, mesmo depois de muito avisados 😒.
No parque de campismo assistimos à cena hilariante, desta atrevida a sacar um saco de dentro de uma tenda mesmo ali ao lado das pessoas 😲





Quase assistimos a um naufrágio ao vivo e a cores, mas felizmente o velejador teve a inteligência de desistir e dar a volta à ilha.






Entre o farol da Porta e o farol de Cies há um atelho que corta um bom bocado de caminho, mas infelizmente nessa altura estava cortado: 




Este corte obrigava a voltar ao parque de campismo, e fazer o percurso alternativo, ainda por cima diferente do habitual por motivo de obras, o que aumenta um bocado o numero de km a percorrer.









Como era tarde e o nevoeiro nem deixava ver o farol de Cies, voltámos à zona dos restaurantes e fomos almoçar.


Depois de almoço o nevoeiro já tinha dissipado um pouco, e iniciámos a subida.









Um grupo de atrevidos conseguiu atravessar a zona de ninhos, apesar das investidas das mães gaivotas.


A última parte do trilho é dura, e como já vai sendo um hábito nosso, fizemo-lo à hora do calor (sim, apesar do nevoeiro estava calor)!


O nevoeiro ía e vinha, ora deixando ver o farol da Porta, ora encobrindo-o.




A subida vista de cima:









Estivemos ali um bom bocado a apreciar a vista, e a descansar, e quando olhei para o relógio já passava das 5 horas!...
Estávamos a cerca de uma hora da ponte, por isso descemos em passo acelerado.




A água estava a passar por cima da ponte, mas ainda assim atravessámos tranquilamente.


A laguna agora estava cheia de água e de vida, e o so já deixava ver o azul turquesa do mar.







Mas eram já passava das 18:00 horas, e já não dava para ir e voltar aos trilhos da ilha norte, por isso limitei-me e ir molhar os pés na praia de Areína, aproveitando os 10 minutos de sol que nos ofereceu o São Pedro para a despedida.





Regressámos a Vigo, petiscámos um chá e umas tostas e fomos dormir, pois no dia seguinte iríamos matar da saudade de uma francesinha com tudo! 😋




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